ESTUDO DE ARTIGO.
A
memória é um componente da História, que, afinal é a soma das lembranças
individuais, a historiografia atual recorre muito à chamada História oral,
narrativas pessoais que podem remeter a contextos passados mais amplos. Nossa
memória tem muitas histórias da nossa vida, das pessoas que nos cercam, do
momento histórico que vivemos. Alguns assuntos têm mais interesse e
envolvimento e logo temos mais memória, para temas que desconsideramos,
esquecemos muitas partes. A memória faz seleções e logo ela embora seja verdade
não é sempre o todo do acontecimento, mas as partes importantes para nós. A
história influencia a memória, documentos, fragmentos, recontam a história e
mudam a percepção de memória coletiva, e a memória também influencia a consciência
histórica ao reivindicar reanálise históricos, desde evitado o anacronismo. A
memória nos confere significação, sentido, afetividade, guarda a nossa
existência; memória é vida. A memória está vinculada a nossa capacidade de
estabelecer dialogo com o passado e com o futuro, sendo o tempo presente o
lugar de construção dessa inteligibilidade.
A
escola é um local potencialmente cercado por memórias. E é nesse ambiente que o
ensino de História tem um desafio de lidar com operações de memória que cada
aluno tem, e a formação da consciência Histórica.
A
História tem na memória realmente uma das suas fontes, porém é possível
estudar, entender o passado pelas outras fontes. A memória guarda Histórias
algumas rápidas de serem rememoradas e outras podem precisar de estímulos. As
nossas lembranças individuais são verdades absolutas dentro do nosso ponto de
vista, já a nossa memória coletiva tem influência da História que não é
absoluta e pode ser recontada e é aberta a dúvidas e a criticas e influencia a
nossa memória coletiva. No ensino de História, a memória de cada aluno pode ter
influência na forma que ele absorve, entende os fatos Históricos, sua
compreensão de tempo e espaço, sua localização e construção dos sentidos, isso
tem influência na sua visão do presente e do futuro, assim ensinar História é
nesse aspecto desafiador.
História
e memória são campos de estudo muito próximos, porém não são os mesmos, embora
se entrelace em alguns momentos são diferentes e complementares.
A
História lança mão da memória como fonte e o pensamento Histórico influencia a
memória coletiva e a História não é feita só de memória é a partir dela que
desenvolve suas operações de análise do passado e como fenômenos Históricos –
que suscita a crítica dos processos de seleção da memória. A História também
investiga, através dos indícios, experiências que foram esquecidas no tempo.
A
memória nem sempre é História, às vezes são sentimentos sensações e
descobertas. Já a memória coletiva pode sofrer influência e estímulos externos
diretos e deliberado ou planejado. Logo memória nem sempre é História, História
nem sempre é memória, a memória tem muitas Histórias, e a História tem fatos
construídos sem a fonte da memória. E ensinar História sofre influência da
memória visto que o entendimento do passado passa pela concepção do presente,
porém pode gerar novas concepções a respeito do futuro.
Conforme
artigo em estudo os livros didáticos não trabalham a temática da memória e os
autores não dimensionam o lugar de cada campo, tratam memória e História como
unidades conceituais indiferenciadas. Isto pode levar o professor a focar mais
o conhecimento dos fatos Históricos, visto que as coleções de livros didáticos
não dimensionam o lugar de cada campo enquanto operações separadas, mas
importantes igualmente, complementares e necessárias ao processo de formação do
pensamento Histórico. Pensamento esse que gere uma atitude intelectual do aluno
diante dos fatos e do mundo.
Portanto
os livros didáticos de História ao não separar História e memória, contribuem
para a formação de alunos com conhecimento dos fatos históricos e não com a
formação do pensamento Histórico. Logo é um grande desafio para o professor, da
disciplina de História, trabalhar História e memória, afinal História é muito
mais do que apenas decorar, datas, nomes, fatos e conceitos. A memória na
escola promove base de identificação com um passado muitas vezes abstrato,
distante e intangível. Tomar consciência dessa distinção pelas operações de
memória fortalece o trabalho do professor, a disciplina de História e a
formação Histórica do aluno que encontra mais sentido para o estudo da
História, fortalecendo as noções de presente, de lembranças comuns e da própria
vida e do futuro.
Como
diz o proverbio chinês. “Recordar é viver”
Gilvandro O. da Silva.
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