A IMPORTÂNCIA DAS IMAGENS PARA O ESTUDO DE TEMAS HISTÓRICOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA.
Bolívar
Libertador e Pai da Pátria. Óleo sobre tela, 125 x 95 cm. Exposta no Museu
Quinta de Bolívar – Ministério da Cultura da Colômbia. Em Bogotá. Pintada por
Pedro José Figueroa em 1819. Pintura sobre a Independência da Colômbia. Disponível
no site: http://comunicandoua.com/
São famosos os
retratos de Pedro José Figueroa, que pinta Bolívar pela primeira vez como
libertador e presidente da República em 1819.
Nesse ano, Figueroa
realizaria a tela Bolívar Libertador e Pai da Pátria, obra alegórica que mostra
o herói com traje militar abraçando uma figura feminina, uma índia ricamente
adornada que representa a América, coroada com cocar de penas, armada de arco e
setas, (Símbolos dos povos da região) e encostada em uma cornucópia, com uma bananeira no fundo. (Planta com grande produção na
Colômbia)
Essa obra foi completada por Figueroa em um prazo de dois meses para
a homenagem preparada a Bolívar em Bogotá no mês de outubro de 1819.
Até 1717, a região da
então Nova Granada era dependente da administração de Lima, no Peru. A partir
de 1717, Bogotá passou a ser a capital de um novo vice-reinado, chamado de Nova
Granada, que agregava os territórios correspondentes aos atuais, Venezuela,
Colômbia, Panamá e Equador.
Em 1811, Simón Bolívar, militar e político, proclamou
a independência da então Nova Granada. Devido à resistência dos espanhóis,
somente em 1819, na Batalha da Ponte de Boyacá que selaria o fim
do domínio espanhol de Nova Granada (Colômbia) e garantiria a independência das
colônias do norte da América do sul então foi criada a República da Colômbia, e promulgada a primeira
constituição, e Simón Bolívar foi declarado presidente. Em 1821, a região era
chamada de Grã-Colômbia, sendo que a liderança dessa grande área era de Simón
Bolívar.
Originalmente, Figueroa não estava
fazendo um retrato de Bolívar, era pintor no vice-reino restaurado (1815-1819)
e estava executando uma pintura totalmente diferente, provavelmente um retrato
alegórico comemorativo. Ao mesmo tempo, estava acontecendo a Batalha de Boyacá
em agosto do ano 1819.
O que a pintura nos
mostra é revelador: ao virar a obra 90º à direita, descobrimos uma alteração, uma mudança da ideia do artista, uma face que emerge através das roupas da índia. Alguns
autores consideram que a face do
pentimento corresponde ao general Pablo Morillo; outros apoiam a ideia de que a
face é do rei Fernando VII.
Pedro José Figueroa devia
estar executando por encomenda um retrato comemorativo, provavelmente
antecipando o resultado da guerra ou a expectativa de vitória dos Espanhóis.
Tal pintura acabou sendo abortada e, da mesma forma que se acostumou na
colônia, o pintor reutilizou a tela.
Figueroa deixaria na pintura de 1819, sem
pretender isto, um testemunho do conflito político. A chegada de um novo poder
republicano em substituição ao domínio espanhol era o nascimento visual de
Bolívar como “Pai da Pátria” em substituição às imagens do “Rei Pai”.
Quintero
Esquivel se refere à mudança das imagens do Rei Pai pelas do Pai da Pátria. Com
a chegada de Bolívar dirigiu-se para a Campanha do Sul foi substituído na
consciência coletiva da metáfora rei pai, um novo: o pai do país, figura
idealizada que foi recebido com bandeiras e banners e arcos triunfais do
damasco.
A imagem retrata um Bolívar que
conquistou à América, (essa sempre retratada como figura feminina nas pinturas
na América espanhola desde a chegada dos Europeus) e agora pai da independência
e herói nacional. A multiplicidade de vocabulários e estratégias visuais que
ocorrem nesta pintura representa os povos, a cultura, a arte a plantação a
independência e o herói, pai da pátria.
Durante o século 19,
vários artistas tentaram recriar o momento da proclamação. Uma dessas imagens é
o quadro Proclamação da Independência, óleo de François-René Moreaux (1844),
hoje no acervo do Museu Imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Na tela de François-René
Moreaux, Proclamação da Independência,
observa-se a mesma temática de Pedro Américo em sua tela Independência ou Morte, no entanto,
são quadros diferentes, pois Moreaux agrega, mais civis. Imagem disponível no site http://brasilindependente.weebly.com
No centro da tela A Proclamação da Independência, de Moreaux, D. Pedro, montado em um cavalo, cercado pela multidão,
acena com seu chapéu. Seguindo esse raciocínio, e "uma tentativa de
legitimar o governo monárquico por meio de um ato divino.
Tanto o príncipe,
quanto várias figuras que o acompanham dirigem seus olhares para o céu, de onde
desce um raio de luz que ilumina a cena" D. Pedro é representado como
aquele que consuma uma vontade divina e o que está em jogo não é a habilidade
política do Imperador, seu caráter ou, ainda, sua capacidade de liderança.
A
representação realça o vínculo de D. Pedro à vontade divina, embora esmaeça o
tom heroico e voluntarioso da figura, revela como ainda naquele momento a
afirmação do direito natural de D. Pedro I ao trono brasileiro impunha-se como
preocupação central. O príncipe é representado ao entrar na cidade de São
Paulo.
Ele está, no meio de gente do povo, de
mulheres, crianças descalças, militares lado a lado, incluindo alguns indígenas
e levanta seu chapéu em sinal de saudação. Em sua mão direita traz uma carta,
provavelmente contendo as notícias vindas de Lisboa – que o motivou à decisão
de romper os laços com Portugal.
Em
9 de dezembro de 1821, emissários chegaram de
Portugal com ordens para que D. Pedro voltasse imediatamente à Corte,
determinando ainda o fechamento de tribunais e departamentos administrativos, o
que resultaria na demissão de aproximadamente 2000 pessoas que viviam da
burocracia no Reino do Brasil.
Os magistrados ameaçados em seus empregos se
tornaram exaltados patriotas favoráveis à independência, influenciando
através de seu prestígio pessoas na imprensa e em cargos políticos que
dependiam de seus favores.
A
partir de então, jornais se pronunciaram, cartas e abaixo-assinados
chegaram de diversos pontos do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais
pedindo a permanência de D. Pedro no Brasil.
O
príncipe regente chegou a rascunhar um discurso de despedida aos brasileiros,
mas em 9 de janeiro de 1822, depois de receber um manifesto com 8000
assinaturas para que desobedecessem as ordens de Portugal, protagonizou o
"Dia do Fico".
Mesmo depois deste episódio, boa parte dos brasileiros
desejava continuar mantendo a ligação com Portugal, contanto que fosse a
condição de igualdade. Em 28 de agosto de 1822 chegaram de Lisboa mais ordens
para que D. Pedro demitisse todos seus ministros e colocasse no lugar
homens escolhidos pelas Cortes Portuguesas.
Estas ordens, entregues no Rio de
Janeiro, foram enviadas por mensageiro para o príncipe, que se encontrava numa
viagem de Santos para São Paulo e, recebendo-as em 7 de setembro de
1822 às margens do rio Ipiranga, causaram a decisão da proclamação da
independência.
Em
1826, no entanto, a publicação do testemunho do padre Belchior Pinheiro
Ferreira incluiu a data de 7 de setembro no calendário de festividades da
Independência.
O relato dava forma e voz à reivindicação paulista de ter sido o
palco dos principais acontecimentos que levaram à ruptura com Portugal. Graças
a ele, o episódio do “Grito” ganhou força na imaginação popular, e se difundiu
a medida que a importância política e econômica de São Paulo foi crescendo no
cenário do país.
Padre Belchior também enfatizava a atuação de
D. Pedro I, mostrando-o não somente como o legítimo herdeiro dos Bragança e,
portanto, como o elo que possibilitaria a continuidade na mudança, mas como um
herói, capaz de tomar o destino do país em suas mãos.
Portanto a tela de
François-René Moreaux, Proclamação da
Independência, 1844 é a primeira idealização do grito, registra o ato 22 anos
depois do fato como uma festa de confraternização popular. A composição,
no entanto, não está na ação heroica de D. Pedro.
A imagem vincula o evento à
providência divina, diminuindo com isso o tom heroico e voluntarioso da figura
do príncipe e reafirmando a legitimidade dos herdeiros da casa de Bragança ao
trono do futuro império tropical.
A publicação do testemunho do padre Belchior
Pinheiro Ferreira incluiu a data de 7 de setembro no calendário de festividades
da Independência o clima na tela é de alegria
festiva. O imperador parece mais um líder popular conduzindo um movimento
coletivo que levou a independência e a tela ganhou mais importância.
A IMPORTÂNCIA DAS IMAGENS PARA O ESTUDO DE TEMAS HISTÓRICOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA.
A imagem pode ser um instrumento muito
importante nas aulas de História.
Fornece aos professores importantes recursos para
ajudá-lo em sua tarefa de
promover a aprendizagem dos alunos.
Devido às cenas
recortadas e representadas na imagem congelada que, além de conter informações
novas sobre os fatos históricos, ajudam na formação de alunos capazes de
raciocinar historicamente, criticamente e tem também o potencial de despertar o
interesse dos alunos, uma predisposição em aprender. A imagem pode ser um
objeto mediador na construção do conhecimento.
A crescente frequência, nas últimas décadas,
do uso de fotografias nas aulas de história pode estar relacionada à sua maior
circulação na sociedade após a segunda metade do século XX, após a segunda
guerra mundial, enquadrando-se, também, nas novas concepções de fontes históricas
propostas pela História Nova inseridas na prática do ensino.
O debate sobre o uso da fotografia como fonte
para pesquisas em História vem de longa data. Muitos são os estudos sobre a
relação entre fotografia e História, sobre as técnicas e metodologias de
trabalho com imagens fotográficas e pinturas para se conhecer o passado.
Todos
eles defendem que os conteúdos das imagens jamais devem ser entendidos como
mera ilustração aos textos, ideia que compartilhamos. A imagem funciona como um
mediador cultural atua na interação entre os conhecimentos do aluno e novos
conhecimentos.
As aulas com imagens tem sido cada vezes mais valorizadas pelos
professores em sala de aula, as imagens estão cada vez mais presentes nos
livros didáticos facilitando o trabalho do professor no dia a dia da sala de
aula, além dos materiais preparados pelo professor que busca proporcionar maior
atrativo às aulas.
Os
estudantes estão cada vez mais visuais influenciados pelos estímulos visuais do
cotidiano e da idade, como televisão, jogos, HQs, quadrinhos e filmes em DVD ou
cinema etc...
Dessa forma a imagem já pega os alunos hoje em dia mais predispostos,
visto a realidade da maioria e essa variação de aula ajuda muito o professor de
História a quebrar a fama de aula chata ou monótona e trabalhar os temas
históricos de forma variada, torna a disciplina de história mais atrativa e
receptiva junto aos alunos.
Além de imagens, gravuras, ilustrações, charges,
fotografias, pinturas, desenhos, músicas, poesia, jogos e visitas a exposição
de quadros, vitrais, desenhos rupestres, centros de arte, galerias, museus e
edifícios de valor Histórico, podem ser utilizadas como recurso pedagógico no ensino
de História.
Para
os temas Históricos existem algumas investigações voltadas essencialmente para
a análise de imagens e para o papel que desempenham na criação de nova relação
com o conhecimento histórico e o imaginário coletivo. A intenção
maior é identificar como o aluno apreende as imagens e suas representações. As
imagens são o real ou representação do real.
Essa situação faz com que o
professor e os alunos se preocupem com uma abordagem crítica das imagens, a fim
de que se possa resgatar a fusão entre a recepção e a produção. Por exemplo, a
fotografia registra fatos, acontecimentos, situações vividas em um tempo
presente que logo se torna passado.
Os álbuns de família são um exemplo de como
esse suporte material da imagem serve de registro da memória. Rever fotos
significa relembrar, rememorar ou mesmo “ver” um passado desconhecido. Porém, o
maior problema que os professores enfrentam na análise da fotografia situa-se
no seu “status de reprodução do real”.
Nesse momento a História, o fato histórico,
a reprodução de um documento, jornais, livros, revistas da época vão ajudar na
apuração, construção e desconstrução na intenção, nos objetivos da fotografia,
da imagem.
Na
seleção de imagens, um primeiro ponto a levar em conta é a escolha de “imagens
fortes” (é importante trabalhar com poucas), que sejam capazes de causar um
impacto visual, para motivá-los, e de trazer informações substantivas sobre o
tema ou gerar questionamentos.
O
uso da fotografia, da pintura pode favorecer o entendimento das mudanças e
permanências, por intermédio de um estudo comparativo. Com base em imagens de
dois períodos, os alunos podem identificar o espaço e as mudanças ocorridas.
Portanto ao trabalhar as fotografias em sala
de aula deve-se ter em mente, tanto o professor quanto o aluno, que as imagens
retratam fragmentos da realidade, é o que resta do acontecido, um testemunho
visual e material dos fatos, no entanto, consiste em uma interpretação, pois
vemos através dos olhos do fotógrafo, do pintor.
O registro da imagem tem seu
desenrolar em um momento histórico específico, nela estão presentes o contexto
social, político, estético e econômico em que a cena se passa.
A imagem traz em
si indicações acerca, da tecnologia empregada, informações do autor e nos
mostra um recorte selecionado do real, as imagens partem de um todo indivisível
que integram o documento enquanto tal.
Para o trabalho do professor todas essas
informações são determinantes, sendo também imprescindíveis para o processo de
construção do conhecimento histórico por parte dos alunos além de contribuir
para o desenvolvimento dos processos de observação e comparação dos temas
históricos.
Esta interação ocorre de forma dialógica, onde
está presente a ideia de múltiplas vozes, o contato com várias linguagens para
se construir um novo conhecimento.
Autor: Gilvandro
Autor: Gilvandro
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