Qualidade
“Qualidade
é uma idéia cujo tempo chegou.”
Sallis
Objetivos
Compreender o conceito de
qualidade.
Conhecer o processo de evolução
da qualidade.
Compreender os princípios da
gestão de qualidade de alimentos.
Qualidade
A metodologia utilizada é o
planejamento estratégico onde todos na empresa
são “agentes da qualidade”.
O conceito de qualidade já é
bastante antigo. Houve uma evolução ao longo do
tempo na visão e no conceito de
qualidade. No início a qualidade era vista sob
a ótica da inspeção, na qual,
através de instrumentos de medição, tentava-se
alcançar a uniformidade do
produto; num outro momento, buscava-se através
de instrumentos e técnicas
estatísticas conseguir um controle estatístico da
qualidade; na etapa seguinte, a
qualidade está mais preocupada com a sua
própria garantia.
Atualmente, o controle da qualidade é voltado para o gerenciamento
estratégico da qualidade no qual
a preocupação maior é poder concorrer no
mercado, buscando tanto
satisfazer as necessidades do cliente como a do
próprio mercado.
Existem diversas definições para
qualidade, o que torna impossível um conceito
definitivo para a ideia do que é
realmente qualidade.
A qualidade tem definições
diferenciadas de grupos para grupos. A percepção
de qualidade das pessoas varia em
relação aos produtos ou serviços, em
função de suas necessidades,
experiências e expectativas.
Todos tentam definir qualidade,
mas sempre há algo a acrescentar nessa
definição. Todos concordam em uma
coisa: a qualidade deve satisfazer as
necessidades e superar as
expectativas do cliente.
De qualquer forma o cliente tem
que estar satisfeito com aquilo que ele
adquiriu a ponto de repetir a
aquisição.
O nível de qualidade que se
deseja alcançar com um produto necessita estar
de acordo com o mercado que se
busca. Um produto com qualidade significa
que ele deve mostrar um
desempenho que reúna: durabilidade, confiabilidade,
precisão, facilidade de operação
e manutenção.
A qualidade, no produto, ou na
prestação de serviços, se obtém com pessoas
preparadas, processos controlados
e matérias-primas adequadas.
A garantia da qualidade se baseia no planejamento e na sistematização
dos processos. Ela estrutura-se
na documentação escrita, que deve ser de fácil
acesso. O que se deseja na
empresa é o zero defeito. Esse espírito precisa ser
incorporado na forma de agir e
pensar de todos na empresa. Não se pode
esquecer também da preocupação
com o meio ambiente.
Tudo isso pode ser observado nas
ISOs que são exigências dos clientes locais,
e principalmente dos
internacionais.
A ISO 9001 – sistema de gestão da
qualidade exige que haja na empresa um
sistema de gerenciamento de
qualidade que envolva toda a empresa, desde
a alta direção até o colaborador
cuja atividade seja mais simples dentro dessa
empresa.
Para o meio ambiente tem também
uma norma – a ISO 14001, que define
um sistema de gestão ambiental.
Trabalhando com qualidade
O domínio do conhecimento é
fundamental. Não precisa ser uma enciclopédia
ambulante, mas entende-se por
domínio do conhecimento o saber e
principalmente o saber pesquisar,
saber buscar a informação e entendê-la.
Esse é o diferencial do
profissional – estudar sempre, atualizar-se continuamente,
dominar técnicas de análise, etc.
Hoje não há lugar para amadores,
seja qual for a atividade. Por mais que se
empregue tecnologia nos
processos, sempre haverá pessoas por trás dessa
tecnologia.
Evolução da gestão da qualidade
A preocupação com a qualidade de
bens e serviços não é recente. Os consumidores
sempre tiveram o cuidado de
inspecionar os bens e serviços que
recebiam em uma relação de troca.
Essa preocupação caracterizou a chamada
era da inspeção, que
se voltava para o produto acabado, que não apresentava
qualidade. Mas, defeitos na razão
direta da intensidade da inspeção.
A era do controle estatístico surgiu com o aparecimento da produção
em
massa, traduzindo-se na
introdução de técnicas de amostragem e de outros
procedimentos de base
estatística, bem como, em termos organizacionais,
no aparecimento do setor de
controle da qualidade. Sistemas da qualidade
foram pensados, esquematizados,
melhorados e implantados desde a década
de 30 nos Estados Unidos e, um
pouco mais tarde (anos 40), no Japão e em
vários outros países do mundo.
A preocupação com a qualidade, no
sentido mais amplo da palavra, começou com
W. A. Shewhart, estatístico
norte-americano que, já na década de 20, tinha um
grande questionamento com a
qualidade e com a variabilidade encontrada
na produção de bens e serviços.
Shewhart desenvolveu um sistema de mensuração
dessas variabilidades que ficou
conhecido como Controle Estatístico
de Processo (CEP).
Criou também o Ciclo PDCA (Plan, Do, Check e Action),
método essencial da gestão da
qualidade, que ficou conhecido como Ciclo
Deming da Qualidade.
Logo após a Segunda Guerra
Mundial, o Japão se apresenta ao mundo literalmente
destruído, precisando iniciar seu
processo de reconstrução. W. E. Deming
foi convidado pela Japanese Union of Scientists and Engineers (JUSE)
para
proferir palestras e treinar
empresários e industriais sobre controle estatístico
de processo e sobre gestão da
qualidade.
O Japão inicia, então, sua
revolução gerencial silenciosa que se contrapõe, em estilo, mas ocorre
paralelamente, à revolução tecnológica barulhenta do Ocidente e chega a se
confundir com
uma revolução cultural. Essa
mudança silenciosa de postura gerencial proporcionou
ao Japão o sucesso de que
desfruta até hoje como potência mundial.
O período pós-guerra trouxe ainda
dimensões novas ao planejamento das
empresas. Em virtude da
incompatibilidade entre seus produtos e as necessidades
do mercado, elas passaram a
adotar um planejamento estratégico,
porque caracterizava uma
preocupação com o ambiente externo às empresas.
A crise dos anos 70 trouxe à tona
a importância da disseminação de informações.
Variáveis informacionais,
socioculturais e políticas passaram a ser
fundamentais e começaram a
determinar uma mudança no estilo gerencial.
Na década de 80, o planejamento
estratégico se consolida como condição
necessária, mas não suficiente,
se não estiver atrelado às novas técnicas de
gestão estratégica.
A gestão estratégica considera
como fundamentais as variáveis técnicas,
econômicas, informacionais,
sociais, psicológicas e políticas que formam
um sistema de caracterização
técnica, política e cultural das empresas. Tem
também, como seu interesse
básico, o impacto estratégico da qualidade
nos consumidores e no mercado,
com vistas à sobrevivência das empresas,
levando-se em consideração a
sociedade competitiva atual.
A Gestão da Qualidade Total (GQT), como ficou conhecida essa nova
filosofia
gerencial, marcou o deslocamento
da análise do produto ou serviço
para a concepção de um sistema da
qualidade. A qualidade deixou de ser um
aspecto do produto e
responsabilidade apenas de departamento específico,
passando a ser um problema da
empresa, abrangendo, como tal, todos os
aspectos de sua operação.
Gestão da qualidade total
Qualidade, como conceito, é um
valor conhecido por todos, no entanto definido
de forma diversa por diferentes
grupos ou camadas da sociedade – a
percepção dos indivíduos é
diferente em relação aos mesmos produtos ou
serviços, em função de suas
necessidades, experiências e expectativas.
Já o termo qualidade total tem
inserido em seu conceito seis atributos ou dimensões
básicas que lhe conferem
características de totalidade. Essas seis dimensões
são: qualidade intrínseca, custo, atendimento, moral, segurança e ética.
Por qualidade intrínseca entende-se a capacidade do produto ou serviço,
cumprir o objetivo ao qual se
destina. A dimensão custo tem, em
si, dois focos:
custo para a organização do
serviço prestado e o seu preço para o cliente.
Portanto, não é suficiente ter o
produto mais barato, mas ter o maior valor
pelo preço justo.
Atendimento é uma dimensão que contém
três parâmetros: local, prazo
e quantidade que, por si só,
demonstram a sua importância na produção
de bens e na prestação de
serviços de excelência. Moral e segurança dos
clientes internos de uma
organização (funcionários) são fatores decisivos na
prestação de serviços de
excelência: funcionários desmotivados, mal treinados,
inconscientes da importância de
seus papéis na organização não conseguem
produzir adequadamente.
A segurança dos clientes externos
de qualquer organização, em um sentido
restrito, tem a ver com a
segurança física desses clientes e, em um sentido mais
amplo, com o impacto do serviço
prestado ou da sua provisão no meio ambiente.
Hoje em dia, pode-se dizer que o
foco no cliente tem primazia absoluta em
todas as organizações.
Finalmente, a sexta dimensão do
conceito de qualidade
total, a ética, é representada pelos códigos ou regras de conduta e
valores que têm de permear todas
as pessoas e todos os processos de todas
as organizações que pretendem
sobreviver no mundo competitivo de hoje.
A gestão da qualidade total é uma
opção para a reorientação gerencial das
organizações. Tem como pontos
básicos: foco no cliente, trabalho em equipe
permeando toda a organização,
decisões baseadas em fatos e dados, busca
constante da solução de problemas
e da diminuição de erros.
A GQT valoriza o ser humano no
âmbito das organizações, reconhecendo sua
capacidade de resolver problemas
no local e no momento em que ocorrem,
e buscando permanentemente a
perfeição.
Por qualidade total entende-se
que a qualidade não deve estar presente
somente no produto, mas em toda a
empresa: nas pessoas, nos departamentos,
nos sistemas, na venda, no atendimento
e na assistência pós-venda.
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